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Origem do Blues

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É quase automático! Quando pensamos em “blues”, pensamos em infelicidades, sofrimentos, traições, amores perdidos, arrependimento. Se você perde o seu emprego, isso é blues. Seu amor te dá um pé na bunda, isso é blues. Seu cachorro morre, o “blues” aparece para você. (N. do E. – a palavra “blue” é também uma gíria para sentir-se triste, deprimido).

Mas não é só “sofrer”. Se as letras dos “blues” frequentemente lidavam (lidam) com adversidades pessoais e dores imensas, a música vai muito além da auto-piedade. O blues é, ainda mais, sobre superação. Atravessar o período de dureza e sofrimento e sobreviver, dizendo o que você sente, livrando-se das frustrações e – por que não? – se divertindo. Alguém escreveu uma vez que os melhores Blues são viscerais, provocam uma certa catarse, e são emocionais na melhor acepção da palavra: da alegria desenfreada à tristeza profunda, nenhuma forma de música comunica tão claramente essas emoções.

O Blues tem raízes profundas na história americana, e particularmente na história dos negros dos Estados Unidos. Aqui, uma observação: embora ainda não saibamos ao certo, é possível que a “música” (som com melodia e ritmo) tenha se desenvolvido originalmente, há milhares de anos atrás, como um meio para coordenar e sincronizar o movimento humano coletivo, tais como a caça ou a agricultura. Ainda hoje, basta juntar um grupo de pessoas que ela aparece naturalmente, como por exemplo para acompanhar uma atividade de um grupo de pessoas, seja uma caminhada nas montanhas, ou a construção de um telhado.

É de se supor que aqueles que se destacavam nessa atividade atingiam um status social importante, assim como os xamãs e caçadores mais talentosos. É bom não esquecer que a música quase sempre esteve no papel de “contadora de histórias” ou de “transmissora de mensagens”. Como nas músicas religiosas. Porém, em algum momento as pessoas comuns começaram a criar canções próprias, com as SUAS PRÓPRIAS histórias, coisas das suas realidades próximas, ou “folk” músicas. Essas músicas não eram sobre heróis ou sobre Deus, mas sobre as alegrias e tristezas da vida cotidiana. E é nesse contexto de proximidade, simplicidade e força (realçada pela realidade) que o Blues nasce / evolui. E se é ponto pacífico que o Blues teve origem nos Estados Unidos, nas plantações do Sul no século 19, já não podemos dizer que houve “um inventor” do Blues. Foram muitos. Seus inventores eram escravos, ex-escravos e descendentes de escravos-meeiros afro-americanos, que cantavam sobre como eles trabalharam em campos de algodão e hortaliças. É geralmente aceito que a música evoluiu do “spirituals” Africano, cantos Africanos populares, canções de trabalho, cantos de campo, e outros autores consideraram também a influência de hinos evangélicos.

CURIOSIDADE: inicialmente, os colonizadores europeus (donos dos escravos ) da América do Norte não tinham nenhuma intenção de converter os escravos para o cristianismo: o fato de que os escravos eram “pagãos” foi / era a justificativa moral para a escravidão. Eles não eram “cristãos”, e naqueles dias “cristão” significava “humano”. Pessoas que não eram “cristãos” eram seres inferiores. Em 1734 com o “Grande Despertar” de Massachusetts (ação das igrejas Batista e Metodista), começou a mudar essa visão: a escravidão era justificada porque era um meio para salvar os pagãos da condenação certa. Dessa maneira, a conversão dos pagãos lentamente tornou-se não apenas bem-vindas, mas obrigatória. A escravidão passou a ser vista (em círculos fanáticos) como uma cruzada para salvar almas. Os hinos religiosos (spirituals ) foram as primeiras formas originais de música criada pelos escravos da América do Norte. Naturalmente, desenvolveu-se influenciada / adaptada dos rituais Africanos, e através da adaptação da música litúrgica Européia para o sistema musical da África Ocidental. Quando os primeiros pregadores negros começaram a praticar, houve um tremendo desenvolvimento do “spirituals”, e não é difícil imaginar o motivo, afinal os negros eram totalmente segregados e não havia nenhum interação racial. Com o advento dos pastores negros, pastor e rebanho agora falavam a mesma língua. Em 1750, pregadores negros já eram onipresentes.

O gênero blues possui características tais como letras específicas, linhas de baixo próprias e instrumentos. O “Blues” pode ser subdividido em vários subgêneros que variam de país e de região. Os mais conhecidos são o Delta, Piemonte, Jump e os estilos de blues de Chicago. Um dos primeiros usos do termo Blues, significando tristeza e melancolia, é encontrado em uma peça de um ato de George Colman (1798), chamada “Blues Devils”. Embora o uso dessa frase na música americana / africana possa ser mais velha, é atestada oficialmente desde 1912, quando a música “Dallas Blues”, de Hart Wand, se tornou a primeira composição de Blues com direitos registrados (copyrighted). Na letra da música, a expressão é frequentemente utilizada para descrever estado de desânimo / depressão.

Atualmente, o Blues pode ser classificado em vários sub-gêneros. Há também os gêneros de música que não são “blues”, mas que pode ser descrito “como blues” ou “blueseiro”. O que também pode ser chamado blues é a estrutura real de acordes de uma peça, que passa por uma progressão de acordes padrão, chamado de progressão de acordes de blues.

SUB GÊNEROS ATUALMENTE CONHECIDOS

* Acid blues
* Blues-rock
* Blues shouter
* Boogie-woogie
* British blues
* Canadian blues
* Chicago blues
* Classic female blues
* New Rhythm and Blues
* Country blues
* Delta blues
* Detroit blues
* Gospel blues
* Hokum blues
* Jazz blues
* Jump blues
* Kansas City blues
* Louisiana blues
* Memphis blues
* North Mississippi blues
* Piedmont blues
* Punk blues
* Rhythm and Blues
* Soul blues
* St. Louis blues
* Swamp blues
* Texas blues
* West Coast blues

Na história musical (história dos gêneros musicais, suas preferências e “modismos”), há vários gêneros que são tipicamente urbanos de origem simples, seja na instrumentação e apresentação, como um lamento, com vocal melancólico que enfatizam a má sorte do cantor e, muitas vezes, comportamento violento ou criminoso.

O antropólogo Joaquim Reis de Brito descreve o fenômeno desta maneira: “Assim, se tomarmos juntos o Fado de Lisboa, o Tango de Buenos Aires e o Rembetika de Atenas, em primeiro lugar, vamos notar que todos eles surgiram um pouco antes ou depois do meio do século 19, em bairros pobres grandes cidades, nas regiões de porto da indústria nascente que atraiu pessoas do país ou do estrangeiro, e que estavam confinados a uma existência marginal. E se olharmos para outros paralelos no desenvolvimento dessas culturas populares urbanas, vamos encontrá-los novamente: primeiro, as suas origens obscuras e reprimidas, em seguida, sua descoberta e apropriação de elementos das classes sociais mais altas, e mais tarde, sua aceitação e admissão pelo estabelecimento – muitas vezes depois de seu sucesso fora da terra natal – antes de terminar como um objeto de exploração comercial / turística”. Note que nem todas as características acima são comuns a todos os gêneros (mas são, em grande medida, em relação ao blues – N.do E.), e podem ser encontradas nos seguintes gêneros (música – país):

* Andean music- Peru
* Bikutsi – Camarões
* Bolel – Etiópia
* Bomba – Porto Rico
* Bozlak – Turquia
* Calypso – Trinidad e Tobago
* Country – Estados Unidos
* Cumbia – Colombia
* Doina – Romenia
* Fado – Portuguesa
* Flamenco – Espanhola
* Kroncong – Indonesia
* Llanto – Panama
* Luk thung – Tailandia
* Mariachi – Mexico
* Merengue – Rep. Dominicana
* Morna – Cabo Verde
* Pasillo – Equador
* Rembetika – Grecia
* Rai – Algeria
* Reggae – Jamaica
* Rumba – Cuba
* Samba – Brasil
* Schrammelmusik – Austria
* Sevdalinka – Bosnia
* Sha’abi – Egito
* Sawt – Kuwait e Bahrein
* Taarab – Tanzania
* Tambú – Curaçao
* Tango – Argentina
* Zilin – Benin
* Zydeco – Cajun (Nova Orleans – música “crioula”)

E já que você chegou até aqui, seu prêmio é um dos melhores Blues já feitos na língua portuguesa ;-) É só relaxar e curtir

 

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